27 Mar, 2018

Centro Hospitalar do Algarve não abriu nenhuma vaga para dermatologia mas havia médicos disponíveis

No Algarve, não há, neste momento, um único dermatologista. Centro Hospitalar não abriu nenhuma vaga desta especialidade no mais recente concurso. Ordem dos Médicos diz que não compreende a decisão, uma vez que alertou para a existência de 5 médicos disponíveis.

As queixas têm-se repetido ao longo dos últimos anos: os hospitais do interior do país e aqueles que ficam distantes dos grandes centros urbanos têm dificuldade em atrair médicos, sobretudo especialistas. Uma das regiões mais afetadas pela falta de médicos é o Algarve. Nesta região, não há atualmente um único dermatologista – e não haverá, nos próximos tempos, já que o Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA) não abriu uma única vaga para contratar clínicos desta especialidade.

A Ordem dos Médicos não compreende a decisão e, adianta o Jornal de Notícias, já questionou, tanto a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve como o CHUA, sobre o motivo pelo qual não foram abertas vagas de dermatologia no mais recente concurso de especialistas. A situação é caricata porque a Ordem garante que informou a tutela de que havia cinco dermatologistas disponíveis para trabalhar na região, um dos quais em regime de permanência.

A situação no Algarve é particularmente crítica. Segundo o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, com a morte de João Larguito – único dermatologista do SNS, em Setembro-, os mais de 450 mil habitantes da região ficaram sem nenhum especialista na área da pele. A Sociedade Portuguesa de Dermatologia lançou de imediato um apelo para encontrar clínicos dispostos a exercerem no Algarve.

Entretanto, uma responsável da Administração do CHUA, disse ao JN, que o Centro Hospitalar não abriu nenhuma vaga porque só existiriam quatro especialistas disponíveis em todo o país e era, por isso, pouco provável que fosse preenchida. A explicação deixa a Ordem preocupada, até porque, salienta o bastonário, o Algarve é uma zona onde a patologia oncológica é elevada.

Tiago Caeiro/SO

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