26 Mar, 2018

Tomar antibióticos durante longos períodos de tempo aumenta o risco de morte entre as mulheres

Estudo feito nos EUA a mulheres com mais de 60 anos concluiu que existe uma relação entre o uso de antibióticos durante largos períodos e o risco de morte, sobretudo no caso da morte por doenças cardíacas.

Os antibióticos já salvaram milhões de vida, na luta contra as bactérias. As mais variadas doenças infeciosas já não matam tanto hoje como matavam antes de estes comprimidos surgirem.

Por outro lado, o uso abusivo tem feito disparar alguns alertas nos últimos anos, principalmente pelo facto de a toma constante, e muitas vezes injustificada destes fármacos, poder causar resistência no corpo humano – desprotegendo, assim, o organismo quando outra infeção surgir.

Agora, um grupo de investigadores da Universidade de Tulane, em Nova Orleães, nos EUA, descobriu que o risco de morte aumenta consideravelmente nas mulheres que tomaram antibióticos durante largos períodos na sua vida adulta. Em comparação com mulheres que não tomaram este tipo de fármacos, o estudo revela que a toma de antibióticos por, pelo menos, 2 meses no final da vida adulta aumenta o risco de morte em 27%.

Este grupo de participantes apresentou ainda um risco 58% maior de morrer por causa de problemas cardíacos. No entanto, os investigadores não encontraram uma correlação entre o uso de antibióticos e o cancro.

A equipa que conduziu o estudo, liderada pelo professor de epidemiologia Lu Qi, estudou o uso destes fármacos em 37.510 mulheres com mais de 60 anos, entre 2004 e 2012.

“Agora temos boas evidências de que as pessoas que tomam antibióticos por longos períodos durante a vida adulta podem ser um grupo de alto risco a ser alvo de modificação de fatores de risco para prevenir doenças cardíacas e morte”, explica Lu Qi.

Tiago Caeiro

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