Sindicato destaca forte adesão à greve dos enfermeiros nos Açores

A greve dos enfermeiros regista hoje uma adesão de 74% nos hospitais dos Açores e ronda os 55% nos centros de saúde da região, segundo fonte sindical, enquanto a tutela coloca a adesão global à paralisação nos 38%.

“No turno da manhã registou-se uma média por hospitais nos 74%, com 76% em Ponta Delgada (São Miguel), 73% em Angra do Heroísmo (ilha Terceira) e 72% na Horta (ilha do Faial), referiu o coordenador do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses nos Açores, Francisco Branco, acrescentando que nos centros de saúde a média é de 55%, apesar de faltarem ainda recolher alguns dados. No centro de Saúde de Ponta Delgada a adesão rondava, no turno da manhã, os 55%, e em Angra do Heroísmo a percentagem de grevistas era de 40%, acrescentou o sindicalista.

Fonte da secretaria regional da Saúde dos Açores disse por seu turno à agência Lusa que a adesão à greve dos enfermeiros “era de 38% ao final da manhã sendo que ainda estavam por apurar os hospitais da Horta e a da ilha Terceira”.

Apesar da greve, a utente Ana Teves, de Ponta Delgada, afirmou à reportagem da Lusa que a sua consulta de nutrição no Centro de Saúde foi realizada, situação idêntica relatou Frâncico Simão, que se deslocou aquela unidade de saúde de São Miguel para uma consulta de urgência e foi atendido.

Ainda assim, houve quem visse os seus exames cancelados devido à greve dos enfermeiros. “Era para ir fazer análises de cardiologia, mas foram canceladas”, disse Lídia Furtado, após ter saído do Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada. Luís Silva não realizou análises ao sangue na maior unidade de saúde dos Açores, lamentando o transtorno e “os gastos em transportes”.

O sindicalista Francisco Branco sublinhou que devido à greve “o trabalho programado está atrasado e algum dele foi cancelado, nomadamente nas cirurgias programadas”, mas estão a ser asseguradas as urgências nas operações. Francisco Branco justificou que nos Açores a greve tem razões específicas que estão relacionadas com o fato de existirem enfermeiros em hospitais “que estão a trabalhar 40 horas e a ganhar o valor correspondente a 35 horas” e insistiu que “a situação tem de ser resolvida”, tanto mais que “já foi entregue uma contraproposta em outubro ao secretário regional”.

Além disso, há ainda “uma divida antiga que remonta a 2011 que ronda os 4,5 milhões de euros do serviço regional de saúde aos enfermeiros”. “A divida refere-se a um período de congelamento (de tempo de serviço) entre 2004 e 2008, porque toda a função pública nos Açores obteve esta reposição do tempo excetuando os enfermeiros, daí que faltam os retroativos referentes a 2011 a 2013”.

LUSA/SO

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