12 Mar, 2018

Morreu John Sulston, cientista pioneiro no campo da genética

O cientista britânico, vencedor do prémio Nobel da Medicina em 2002, morreu aos 75 anos na passada sexta-feira, 9 de março.

O Instituto Wellcome Sanger, da qual foi diretor fundador de 1992 a 2000, confirmou a morte de John Sulston no site oficial, recordando-o como um líder “de um período histórico de descoberta”. Foi um dos autores do projeto internacional do Genoma Humano, um trabalho de investigação inovador no campo da saúde.

“Ao longo da sua carreira, Sir. John empurrou fronteiras científicas e acreditou fortemente que a ciência é um bem público. A sua visão alargada no campo da genética significa que deixa para trás um campo global firmemente fundando nos princípios de acesso aberto e uma geração de cientistas influenciada pelas suas ações e valores”, assim é descrito no comunicado do Instituto Wellcome Sanger.

Em 2002, ganhou o Prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina pelo seu trabalho na descodificação do genoma do verme Caenorhadditis elegans, que contribuiu para compreender a divisão celular e a morte das células no organismo. Os resultados deste estudo representaram um grande avanço para entender como se desenvolvem certos cancros.

John Sulston nasceu a 27 de março de 1942 e desde muito novo manifestava interesse em compreender como é que tudo funcionava. “Percebi que os seres vivos são mecanismos”, afirmou em entrevista ao The Guardian em 2002. Este fascínio levou-o a estudar Química Orgânica na Pembroke College, em Cambrigde, que completou em 1963. Mais tarde, integrou o Departamento de Química da Universidade de Cambridge, onde fez o doutoramento em Química de Nucleótidos.

Em 2002, publicou o livro The Common Thread: A Story of Science, Politics, Ethics, and the Human Genome, um relato pessoal sobre a sua carreira de investigador, onde também denunciou o uso das suas descobertas para fins comerciais por parte de empresas e outros cientistas.

“John era um cientista brilhante e um homem maravilhoso, gentil e de princípios. A sua liderança foi fundamental para o estabelecimento do Instituto Wellcome Sanger e do Projeto Genoma Humano, um dos esforços científicos mais importantes do século passado”, recorda Jeremy Farrar, Diretor do Wellcome Sanger, citado no comunicado da instituição.

O professor Mike Stratton, diretor do Instituto Wellcome Sanger, também deixou uma mensagem sobre John Sulston: “Todos sentimos hoje a perda de um grande visionário científico e líder que fez contribuições históricas para o conhecimento do mundo vivo e estabeleceu uma missão e agenda que define a ciência do século XXI”.

SO/Mónica Silva

Imagem: Wellcome Sanger Insitute

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