19 Fev, 2018

Estudo revela que pais solteiros têm o dobro da probabilidade de morrer prematuramente

Pais solteiros estão mais propensos a sofrer de cancro e doenças cardíacas e também a serem hospitalizados, diz um estudo feito no Canadá. Entre as causas podem estar o estilo de vida e a falta de apoio social.

As famílias estão a mudar. Há cada vez mais crianças a viveram apenas com a mãe e algumas, ainda que em muito menor número, que vivem em casa do pai. Ora, um estudo agora publicado na revista The Lancet Public Health, revela que os pais solteiros têm duas vezes mais probabilidade de morrerem prematuramente.

Uma equipa de investigadores, do Instituto de Ciências Clínicas e da Universidade de Toronto, seguiu o estilo de vida de mais de 40 mil canadianos com filhos ao longo de onze anos. De entre os participantes no estudo, 18688 eram mães com parceiro, 16341 eram pais com parceira, 4590 eram mães solteiros e 871 eram pais solteiros.

Pais solteiros, explicam os autores do estudo, “foram definidos como aqueles que eram divorciados, separados, viúvos ou solteiros, nunca casados ​​e não-juntos”.

Os resultados indicam que os pais solteiros estão mais propensos a ter cancro e doenças cardíacas em comparação com as mães solteiras ou com as famílias que não sejam monoparentais. Além disto, têm também um maior risco de poderem ser hospitalizados.

No geral, os pais solteiros têm mais de duas vezes mais probabilidades de morrer prematuramente do que os outros grupos em análise neste estudo.

A equipa de cientistas, liderada por Maria Chiu – do Instituo de Ciências Clínicas – não conseguiu determinar a causa das mortes que ocorreram durante o período do estudo. Contudo, admite que, no caso dos pais solteiros, o estilo de vida pouco saudável (com uma fraca ingestão de fruta e vegetais e elevado consumo de álcool) e a falta de apoio social de amigos e familiares possam explicar a maior mortalidade.

“A nossa pesquisa destaca que os pais solteiros têm maior mortalidade e demonstra a necessidade de políticas de saúde pública para ajudar a identificar e apoiar esses homens”, alerta Maria Chiu. “As consultas dos médicos”, continua a cientista, “podem ser uma oportunidade para os médicos se envolverem com pais solteiros para ajudá-los a melhorar sua saúde”.

Em Portugal o número de famílias monoparentais masculinas, ou seja, de pais solteiros, quase duplicou nos últimos 25 anos, passando de cerca de 30 mil para mais de 52 mil famílias deste tipo em 2017. Esta é uma tendência que também se regista a nível mundial. O ano passado o número de mães solteiras rondava as 387 mil, segundo dados da Pordata.

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