9 Fev, 2018

Parlamento rejeita “semáforos” nutricionais e cancerígenos nos alimentos embalados

O parlamento aprovou esta sexta-feira uma recomendação ao Governo para que estude um esquema complementar de informação nutricional dos alimentos embalados, chumbando os "semáforos" nutricionais e cancerígenos propostos por BE e PAN.

O parlamento aprovou esta sexta-feira uma recomendação ao Governo para que estude um esquema complementar de informação nutricional dos alimentos embalados, chumbando os “semáforos” nutricionais e cancerígenos propostos por BE e PAN.

No projeto de resolução aprovado, da autoria do PEV, recomenda-se ao Governo que “avalie e defina, com vista à sua implementação em Portugal, um esquema complementar à declaração nutricional, que torne facilmente percetível aos consumidores a informação mais relevante sobre o teor nutricional dos alimentos embalados”.

A recomendação apresentada pelo PEV foi aprovada com os votos contra do PS, a abstenção do CDS-PP e os votos favoráveis dos restantes partidos e do deputado eleito pelo PS Paulo Trigo Pereira.

O projeto de resolução do BE para um semáforo nutricional foi chumbado com os votos contra do PS e PCP, a abstenção do PSD e do CDS, e os votos favoráveis do BE, PAN, PEV e do deputado independente da bancada socialista Paulo Trigo Pereira.

Na recomendação apresentada pelo PAN para um semáforo nutricional e cancerígeno, só o BE e o PAN votaram favoravelmente.

Na discussão que decorreu hoje de manhã em plenário, PS, PSD, CDS criticaram a ideia do semáforo no contexto do mercado único europeu, argumentando que pode constituir uma discriminação dos produtos portugueses.

A deputada do PS Palmira Maciel defendeu que a questão não deve ser “trabalhada fora do quadro europeu”, e avançou a “possibilidade de a indústria adotar de forma facultativa um sistema de rotulagem alternativo”, que seja mais informativo e, sobretudo, mais percetível por parte dos consumidores, até haver uma solução europeia.

Pelo CDS-PP, Patrícia Fonseca considerou que deve ser estudada a simplificação e harmonização da informação nutricional, indo ao encontro do programa e da estratégia de alimentação saudável, ressalvando que as medidas “não podem discriminar produtos” entre os diversos estados-membros da União Europeia.

Pedro do Ó, do PSD, também salientou a impossibilidade de “discriminar os produtos portugueses relativamente a produtos que vêm de fora”, defendendo que se deve “esclarecer melhor o cidadão, mas sem criar discriminação”.

O PCP, além de sublinhar que o simplismo da medida poderia levar a que não se consumissem produtos que devem ser consumidos com moderação, vincou também a ideia de que tal sistema prejudicaria os produtos portugueses de enchidos ou laticínios.

O deputado comunista João Ramos sublinhou a “importância da dieta mediterrânica na saúde dos portugueses”, defendendo o projeto de resolução do PCP para realização de uma campanha nacional de promoção e valorização da dieta mediterrânica.

Esta recomendação foi aprovada, contando apenas com a abstenção do PAN.

LUSA/SONuttrr

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