A experiência portuguesa no tratamento da Hepatite C
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A experiência portuguesa no tratamento da Hepatite C

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A história natural da infeção pelo Vírus da Hepatite C (VHC) está associada a uma elevada morbilidade e mortalidade, provocando uma inflamação no fígado de evolução lenta (20-40 anos) até que se manifestem as consequências mais graves da doença, como a cirrose hepática, e carcinoma hepatocelular (CHC), com eventual necessidade de transplante de fígado.

A infeção aguda pelo VHC é difícil de detetar devido à natureza assintomática da doença, com cerca de 15 a 45% dos infetados a eliminarem o vírus no prazo de 6 meses e sem qualquer tratamento, enquanto nos restantes 55 a 85% a infeção evolui para Hepatite C Crónica (HCC), com um risco de cirrose hepática de 15 a 30% em 20 anos, sendo que a grande maioria destes últimos não têm conhecimento da sua doença, fazendo da hepatite C uma doença “silenciosa”.

A carga da doença hepática é assim bastante variável, desde alterações histológicas mínimas até extensa fibrose e cirrose hepática com CHC, sendo que a HCC está associada ainda ao aumento dos custos quer por absentismo, quer por presentismo, estimando-se que os trabalhadores infetados pelo VHC tem uma perda de 60% de produtividade por absentismo, sendo o presentismo quase duas vezes maior (24,8%), em comparação com os trabalhadores não infetados.

Sendo considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um importante problema de saúde pública mundial que afeta cerca de 150 milhões de pessoas em todo o mundo, verifica-se no entanto algumas discrepâncias entre os países em termos de dados epidemiológicos da infeção pelo VHC, em grande parte por ser uma doença assintomática até uma fase bastante tardia. Em Portugal estimam-se em mais de 100 mil as pessoas infetadas pelo VHC, com 900 a 1.200 mortes a cada ano devido à HCC, com um decréscimo de cerca de 20 anos na esperança média de vida.

No início de 2015, o Ministério da Saúde português instituiu o plano terapêutico para a hepatite C, uma medida estruturante de saúde pública baseada no acesso universal e sem quaisquer restrições aos medicamentos disponíveis para o tratamento desta doença. Representando uma nova abordagem da doença em Portugal, não por considerar tratar apenas os casos mais graves de HCC, mas sim antes, todas as pessoas infetadas pelo VHC, independentemente do estadio da doença hepática associada, este programa veio assim proporcionar o acesso equitativo e num período de tempo clinicamente adequado, a medicamentos considerados inovadores.

Através do registo dos pedidos de acesso a medicamentos para o tratamento da HCC na plataforma HEPC – Portal da Hepatite C (http://hepc.infarmed.pt/), deu-se início a um novo paradigma para o setor do medicamento tendo por base a avaliação dos resultados obtidos com os tratamentos efetuados. A avaliação da efetividade real para os mais de 3 mil tratamentos já monitorizados em Portugal, permite concluir uma taxa de cura de cerca de 96% das pessoas inicialmente infetadas pelo VHC.

A decisão nacional de tratar todas as pessoas infetadas pelo VHC tem como objetivo a eliminação do vírus circulante no sangue destas, não só para travar a progressão da doença hepática individual mas também impedir o contágio de pessoas não infetadas, uma vez que o modo de infeção mais frequente é a transmissão através de sangue infetado (por ex. pessoas que utilizam drogas injetáveis). Com efeito, como um dos principais riscos para a transmissão do VHC em países com menor prevalência, está descrita a utilização de drogas injetáveis associada a uma idade mais jovem no momento da infeção, sendo que em grupos populacionais específicos a prevalência da doença é mais elevada em relação á restante população, como é caso das prisões em que um em cada quatro reclusos tem anticorpos contra o VHC.

Os resultados obtidos num estudo português recente (Carvalhana et al., 2016), sugerem precisamente uma baixa endemicidade da hepatite C (e da hepatite B) na população portuguesa em geral, em comparação com uma prevalência mais elevada nos grupos populacionais classificados como de risco, concluindo-se que um diagnóstico direcionado a estes últimos pode ser mais custo-efetivo do que na população em geral.

Estimando-se que a prevalência da doença hepática avançada por HCC continue a aumentar, bem como os custos com os respetivos cuidados de saúde, por forma a diminuir a carga da doença devido à morbilidade e mortalidade associadas, é fundamental implementar uma estratégia nacional de diagnóstico da infeção pelo VHC e gestão da HCC, sendo que a prevenção e o controlo da infeção pelo VHC, representará um benefício real para a saúde pública em Portugal.

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