28 Dez, 2017

Síndrome das pernas inquietas: O que é?

A Síndrome das Pernas Inquietas é uma doença crónica e progressiva com impacto importante na qualidade de vida dos doentes.

Também designada por doença de Willis-Ekbom, alguns doentes descrevem-na como uma espécie de “agonia nas pernas”, “comichão nos ossos” ou “alfinetadas” e trata-se de um distúrbio neurológico do sono.

Num artigo publicado na “Acta Médica Portuguesa”, a revista científica da Ordem dos Médicos, o pneumologista Bruno Santos afirma que “apesar da elevada prevalência, esta síndrome permanece ainda sub-diagnosticada e sub-tratada em Portugal”.

A incidência é incerta, com estudos a sugerir valores entre os 0,1% e os 15,3%. Já a prevalência aumenta com a idade. É uma condição crónica, que não se pode prevenir e para a qual não existe cura. É comum afetar as mulheres grávidas e, em alguns casos, os sintomas podem persistir depois do parto.

Existem dois tipos desta síndrome. O mais comum é o primário, sem causa indentificável e, provavelmente, com causa genética. Este tipo tende a ser crónico, uma vez que, com o passar do tempo os sintomas pioram e tornam-se mais frequentes. O tipo secundário é, normalemnte, causado por outra doença ou por alguns medicamentos e os sintomas desaparecem com o tempo na maioria dos casos.

As causas mais comuns são a gravidez, a insuficiência renal terminal e a anemia. Outras doenças que se associam a esta síndrome são a diabetes, a doença de Parkinson e artrite reumatoide. Também existem fatores agravantes, como o álcool, a nicotina, o café e alguns medicamentos, como os antipsicóticos, antidepressivos e alguns anti-histamínicos, frisa o médico Bruno Santos.

É no período da noite que os sintomas agravam-se durante a noite, com movimentos involuntários dos pés, dedos e pernas. A inquietação pode ser falsamente interpretada como nervosismo. Cerca de 80% das pessoas com esta síndrome apresentam movimentos periódicos dos membros durante o sono que tendem a ocorrer a cada 20 ou 30 segundos durante a noite, afetando a qualidade do sono. Por isso, os doentes sentem-se mais cansados e sonolentos durante o dia, com maior irritabilidade, problemas de concentração e memória, mais exposição ao stress e sintomas de depressão.

Quem tem esta doença deve tentar fazer uma boa higiene do sono – encontrar o melhor horário para dormir e tentar mantê-lo todos os dias, dormindo o mesmo número de horas. Deve, também, ter atividade física regular, fazer massagens e banhos quentes, evitar estimulantes como a cafeína, tabaco e álcool bem como o uso de medicamentos que agravam os sintomas.

SO/SF

 

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