18 Set, 2017

Asma e Desporto

Comissão de Trabalho de Alergologia Respiratória da Sociedade Portuguesa de […]

Comissão de Trabalho de Alergologia Respiratória da Sociedade Portuguesa de Pneumologia

 

Ainda há quem acredite que quem tem asma não pode praticar exercício físico. No entanto, os doentes com asma podem e devem praticar desporto, seja na forma de aulas de educação física, desportos de lazer ou mesmo de alta competição. A prática de exercício físico é segura, desde que sejam seguidas algumas recomendações sobre a prevenção dos sintomas.

A asma é uma das doenças crónicas mais comuns a nível mundial e a mais comum na idade pediátrica, afetando aproximadamente 300 milhões de pessoas em todo o mundo. De acordo com o relatório do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias de 2016, estima-se que haja em Portugal mais 1 milhão de asmáticos.

A asma é uma doença obstrutiva das vias aéreas que tem por base um processo inflamatório crónico com a consequente limitação do fluxo de ar que respiramos, mas que é potencial e completamente reversível. Infelizmente, a causa não é ainda completamente conhecida. Na sua base estão reações de hiperreatividade perante a exposição a certos estímulos, como por exemplo: o tabaco, a prática de exercício físico, pó, pelos de animais, emoções fortes, condições meteorológicas e outros alergénios ambientais e ocupacionais.
A doença é diferente de pessoa para pessoa, variando durante o dia e também durante o ano, consoante as estações. Um doente com asma refere tipicamente sintomas tais como falta de ar (dispneia), pieira (descrita muitas vezes como “gatinhos”), sensação de peso no peito (opressão torácica) e tosse, mais frequentemente seca.

A confirmação da doença implica a realização de exames como a espirometria ou a prova de provocação, mas normalmente o diagnóstico é sugerido por sinais e sintomas característicos, principalmente se estiverem relacionados com algum dos fatores referidos acima. É importante evitar os estímulos associados à origem da inflamação e criar estratégias para se proteger. Cabe ao médico e ao doente delinearem a melhor estratégia para o conseguir.

A asma não tem cura, mas é possível atingir um controlo adequado da doença. A abordagem farmacológica da asma assenta em dois grandes pilares: o tratamento de alívio e o tratamento de controlo. O primeiro serve para controlar as crises de asma, e o segundo, feito a longo prazo, para atingir a estabilidade da inflamação e dos sintomas. O tratamento da asma funciona por degraus, o que significa que deve existir avaliação regular para se poder ajustar a terapêutica.

Para além de chamar a atenção para a relação entre a asma e o desporto, a campanha, sob o mote “Corra com a Asma”, tem também como objetivos esclarecer sobre a doença e alertar para os seus principais sintomas e impacto na qualidade de vida, salientar a importância do diagnóstico precoce e do controlo adequado, e lembrar que, se for bem controlada, a asma não representa uma limitação na vida diária.

 

 

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