26 Jul, 2017

Nova fórmula melhora a estimativa de idade gestacional

Uma análise de dados prospetivos de um grande estudo, cujos resultados foram publicados na última edição da Obstetrics & Gynecology informam que uma nova fórmula de cálculo pode predizer com maior precisão a idade gestacional do que o cálculo comumente usado desde 1984

De acordo com o estudo, liderado pelo o Dr. Daniel W. Skupski , do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do New York Presbyterian Hospital,em Nova York, e colaboradores a fórmula para estimar a idade gestacional do Eunice Kennedy Shriver National Institute of Child Health and Human Development foi significativamente mais precisa que a calculadora de Hadlock, comumente utilizada.

A nova fórmula tem uma estimativa de erro de 10,4 dias comparado com 11,2 dias entre 21 e 27 semanas de gestação, e de 17 dias versus 19,8 dias entre 28 e 40 semanas.

Medidas mais precisas de idade gestacional são importantes para melhores resultados maternos e neonatais. A utilização da nova fórmula do instituto poderia reduzir intervenções, o que por sua vez poderia diminuir morbidades e custos, aponta Daniel W. Skupski.

No artigo, os autores observam que a taxa de parto induzido, por exemplo, é de 25% de toda a população dos Estados Unidos.

“Dado o grande número de nascimentos anuais nos Estados Unidos, e a taxa significativa de intervenções, essas melhorias podem ter importantes implicações em nível populacional”, disseram.

Décadas atrás, a estimativa da idade gestacional por medidas biométricas na ultrassonografia fetal foi uma melhoria em relação à data relatada do último período menstrual, mas foi testada principalmente em populações sem diversidade.

As duas fórmulas confiam em medidas fetais de diâmetro biparietal, circunferência craniana, circunferência abdominal e comprimento do fémur.

No estudo cujos resultados foram agora divulgados, os autores procuraram fazer uso das melhorias na tecnologia da ultrassonografia ao longo das décadas, além de testar características da população materna que mudaram com as tendências de idade das mães e com a obesidade, além de incluir uma população mais diversa para o estudo das medidas.

E também testaram a precisão de fórmulas específicas para raça e etnia, e descobriram que elas não eram mais precisas do que a fórmula neutra para raça e etnia, matéria relativamente à qual não havia consenso.

Os autores atribuem esta descoberta “à diversidade racial-étnica adequadamente representada na população na qual a fórmula foi desenvolvida”.

“Dado o grande número de nascimentos anuais nos Estados Unidos, e a taxa significativa de intervenções, estas melhorias podem ter importantes implicações em nível populacional”, afirmou o Dr. Daniel W. Skupski, do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do New York Presbyterian Hospital,em Nova York, que liderou a equipa de investigação

O estudo incluiu 2802 mulheres recrutadas de 12 centros nos EUA de 2009 a 2013: 803 mulheres negras não hispânicas (28,6%), 781 hispânicas (27,9%), 751 brancas não hispânicas (26,8%) e 467 asiáticas (16,7%).

A ultrassonografia de primeiro trimestre confirmou a data da última menstruação relatada. Ultrassonografistas credenciados, cegos em relação à idade gestacional, obtiveram medidas fetais em cinco consultas de acompanhamento agendadas aleatoriamente.

“As técnicas de medida utilizadas foram submetidas a um rigoroso controlo de qualidade”, escrevem os autores.

Os pesquisadores usaram então análises de regressão para desenvolver formas de estimativa de idade gestacional.

Segundo os autores, o credenciamento rigoroso de ultrassonografistas, o mascaramento da idade gestacional nas consultas de seguimento, e a melhor qualidade de imagem do equipamento, podem ser os responsáveis para a melhor precisão da nova fórmula.

Referência: Obstet Gynecol. 2017;130:433-441.

MMM

 

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