12 Jun, 2017

BE alerta para “atropelos” laborais no Hospital da Feira

A coordenação distrital do BE de Aveiro está preocupada com alguns "atropelos" aos direitos laborais dos trabalhadores do Hospital de Santa Maria da Feira, cuja administração reconheceu hoje parte das críticas e diz estar a corrigi-las

Entre os problemas identificados, tanto pelo partido como pelo Centro Hospitalar do Entre Douro e Vouga (CHEDV), inclui-se o não pagamento de subsídio de alimentação aos funcionários que desempenham horas extras e a existência de turnos que chegam a ser de 14 horas consecutivas.

“Existem problemas que afetam negativamente os trabalhadores do CHEDV como, por exemplo, o não pagamento do subsídio de alimentação quando os funcionários fazem horas extras”, afirma o BE em comunicado, referindo-se sobretudo a enfermeiros e assistentes técnicos e operacionais.

Outra preocupação do partido é a relativa à “existência de horários e escalas com turnos de 14 horas para muitos profissionais do CHEDV”, o que acontecerá “recorrentemente” e se revela “extremamente violento, porque não permite aos trabalhadores o descanso que eles merecem e de que precisam”.

Contactada pela Lusa, a administração do CHEDV (que gere o Hospital São Sebastião, na Feira, e também os de São João da Madeira e Oliveira de Azeméis) reconhece ambos os problemas, mas contesta parte das acusações.

No caso do subsídio de alimentação em dias não previstos nas escalas mensais previamente definidas, explica que o pagamento desse valor “implica a adaptação do sistema informático de processamento de salários” e informa que essa alteração “já se encontra adjudicada a uma empresa de ‘software’ e espera-se que seja realizada a curto prazo”.

Já no que se refere aos turnos de 14 horas, a administração afirma que essas são “situações esporádicas que derivam da necessidade de colmatar faltas inesperadas de profissionais dos respetivos serviços” e realça: “Sendo o CHEDV uma instituição que não pode suspender a atividade, pode acontecer que haja profissionais a assegurar dois turnos consecutivos, situação que se verifica sempre a título excecional”.

É quanto à acusação de que haverá “assistentes operacionais a desempenhar funções de assistentes técnicos e, inclusivamente, de técnicos de diagnóstico e terapêutica (no serviço de medicina física e de reabilitação, por exemplo)”, que BE e CHEDV mais discordam.

O partido, pela sua parte, alega que isso é explicado pelo facto de que “os assistentes operacionais têm salários mais baixos do que os trabalhadores de outra categoria profissional, pelo que o CHEDV os usará para “evitar a contratação” de mais pessoal.

A administração do hospital, por sua vez, rejeita essa acusação “em absoluto” e acrescenta: “Não é verdade que esta instituição o pratique para funções de assistentes técnico e muito menos para técnicos de diagnóstico e terapêutica”.

LUSA/SO/CS

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