5 Mai, 2017

Cerca de 6.500 genes funcionam de forma diferente em homens e mulheres

Segundo investigadores de uma instituição israelita, que tiram daqui conclusões para explicar a prevalência da infertilidade e de certas doenças, pelo menos 6.500 genes funcionam de maneira diferente em homens e mulheres

Os médicos do instituto Weizmann analisaram cerca de 20 mil genes cuja informação é copiada para proteínas e identificaram pelo menos 6.500 cuja atividade tendia mais para o sexo masculino ou feminino.

Por exemplo, genes que eram mais expressos na pele dos homens estavam relacionados com o crescimento dos pelos, genes que têm a ver com o desenvolvimento dos músculos estavam mais expressos nos homens e aqueles relacionados com o armazenamento de gorduras eram mais presentes nas mulheres.

Os investigadores Shmuel Pietrokovski e Moran Gershoni já tinham aflorado esta hipótese quando estudaram a infertilidade e verificaram o paradoxo de haver 15% de casais com diagnóstico de infertilidade, indicando uma prevalência alta, mas a seleção natural deveria eliminar precisamente este tipo de mutações que prejudicam a continuidade da espécie humana.

Mas a resposta é que a mutação nos genes que produzem espermatozoides prevalece precisamente porque só ocorre em metade da espécie, e é passada às gerações seguintes.

“O genoma básico é quase igual em todos nós, mas é utilizado de forma diferente no corpo e em cada indivíduo”, afirmou Gershoni, assinalando que “a evolução funciona muitas vezes ao nível da expressão genética”.

Paradoxalmente, os genes ligados ao género são aqueles em que “as mutações perniciosas são mais prováveis de passar para os descendentes, incluindo as que afetam a fertilidade”.

Uma das conclusões do estudo é que é necessário compreender melhor as diferenças entre homens e mulheres nos genes que provocam doenças ou respondem a tratamentos, salientou.

Na pesquisa, os cientistas do instituto sedeado em Rehovot, no centro de Israel, descobriram ainda genes que se expressavam apenas no ventrículo esquerdo do coração das mulheres.

Um deles, que está relacionado com a absorção de cálcio, manifesta-se na juventude e vai diminuindo com a idade, o que leva os cientistas a pensar que protege as mulheres até à menopausa e depois leva a doenças cardíacas e osteoporose quando a sua atividade diminui.

LUSA/SO/CS

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