15 Fev, 2017

Base de dados sobre ébola oferecida por cientistas portugueses

Chama-se EbolaID, é gratuita, acessível pela Internet e tem dados sobre o genoma do vírus, podendo ser útil para novos fármacos

A base de dados foi desenvolvida por investigadores do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) e está disponível online.

Da base fazem parte 57 sequências curtas de ADN e ARN, descritas em 17 estudos publicados entre 1999 e 2014, que servem para detetar a doença. Esta nova plataforma pode ajudar a desenvolver novos e mais eficazes métodos de deteção e novos fármacos.

“É a primeira base de dados do mundo que combina informações sobre a diversidade genética do ébola com as moléculas usadas no tratamento e detecção do vírus”, anuncia o biólogo Filipe Pereira, um dos investigadores do CIIMAR que criou a EbolaID.

Na morada ebolaid.portugene.com encontram-se todas as moléculas que são desenvolvidas em laboratório e usadas para a deteção da doença. Segundo explica, ao longo de vários anos “cada empresa ou grupo de investigação foi fazendo as suas moléculas, mas nunca ninguém tinha juntado isto tudo”.

Os investigadores do CIIMAR tiverem em consideração a diversidade do vírus que muda muitas vezes. Nesses casos, pode existir o risco de ser usada uma chave que não funciona, porque não encontra a porta certa, estando lá a infeção na mesma. O resultado pode ser um falso negativo e esta pode ser uma ferramenta para minimizar o esse risco.

As sondas moleculares não servem só para permitir a deteção do vírus, mas também para se ligarem ao genoma do vírus de modo a inibir a sua replicação, fazendo com que sejam importantes para o desenvolvimento de fármacos.

A EbolaID vai exigir uma atualização contínua, mas os investigadores esperam conseguir usar a mesma estratégia para criar outras bases de dados sobre outros vírus como Hepatite, VIH e Zika.

Público/SO

 

Gedeon Richter

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