8 Ago, 2017

Investigadores procuram solução para a “principal causa da dor lombar”

A equipa do Porto está a estudar a degeneração do disco intervertebral para combater aquela é a "principal causa da dor lombar" e que aumenta com o envelhecimento da população

Este problema clínico “é líder em termos de número de anos vividos com incapacidade”, explicou à Lusa a investigadora Raquel Gonçalves, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), responsável pelo projeto “Disc degeneration, neuro and immuno-modulation”.

Outro dos objetivos desta investigação é estudar a relação entre o disco intervertebral e a resposta inflamatória, bem como o potencial terapêutico das células estaminais mesenquimais.

As células estaminais mesenquimais são, segundo a investigadora, “células progenitoras muito raras, que originam células iguais a elas próprias” e, ao mesmo tempo, “células mais maduras, que constituem os ossos, a cartilagem e a gordura”.

Essas células “encontram-se, maioritariamente, na medula óssea e no tecido adiposo”, podendo também ser encontradas “numa variedade de outros tecidos”, referiu, acrescentando que as mesmas têm sido utilizadas em diversas áreas clínicas, “até de uma forma um pouco abusiva”, devido ao seu “vasto potencial terapêutico”.

Tendo por base o secretoma (conjunto de moléculas que incluem proteínas, fatores de crescimento, metabolitos e vesículas extracelulares) que essas células transportam para o meio líquido que as rodeiam, a equipa pretende desenvolver uma solução para regenerar o disco intervertebral, diminuir a sua enervação e controlar a resposta inflamatória.

O projeto foi recentemente distinguido pela Eurospine – The Spine Society of Europe (Sociedade Europeia da Coluna), tendo recebido um financiamento de 50 mil, euros que vai permitir à equipa desenvolver a nova estratégia terapêutica, sendo esta a segunda distinção que a instituição atribui a Raquel Gonçalves.

O “Disc degeneration, neuro and immuno-modulation” conta ainda com a participação dos investigadores do i3S Meriem Lamghari, Mário Barbosa e Susana Santos, e de Pedro Sousa, do Serviço de Neurocirurgia do Centro Hospitalar São João.

Na mesma semana em que foi premiada pela Eurospine, Raquel Gonçalves viu aprovada a sua candidatura a uma bolsa Alexander Humboldt for Experienced Researchers, da fundação alemã Alexander Humboldt.

Esta bolsa vai permitir à investigadora financiar a sua estadia na Alemanha, durante seis meses, para desenvolver um projeto no ‘Institute of Orthopedics and Biomechanics em Ulm’, que atua na área da biologia do disco intervertebral e modelos de biomecânica.

LUSA/SO/SF

 

Gedeon Richter

 

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