Bastonário pede dignidade e equidade no tratamento dos doentes com hepatite C
No dia em que se assinala mundialmente o combate à hepatite, o bastonário da Ordem dos Médicos salienta que continuam a existir centenas de doentes à espera que os seus tratamentos sejam autorizados pela Administração Central do Sistema de Saúde
Em causa está a quase imediata revogação do Despacho 101/2017, do Secretário de Estado da Saúde, que iria limitar o número efetivo de doentes com hepatite C crónica a serem tratados anualmente em hospitais públicos.
Miguel Guimarães destaca também que os doentes com genótipo 2 foram “aparentemente esquecidos” na negociação entre as autoridades públicas e os laboratórios da indústria farmacêutica. “Ainda que sendo um subtipo minoritário, os seus portadores não podem ter menos direitos ao tratamento adequado, o que coloca problemas de índole ética e legal insustentáveis que podem ter graves repercussões sobre a sua saúde”, revela o bastonário numa nota enviada às redações.
A ordem defende que é o princípio básico da equidade que está em causa. “É impensável não tratar estes doentes tal como os restantes. Igualmente não é plausível que, por um lamentável esquecimento, a disponibilização dos medicamentos venha agora onerar diretamente os hospitais com custos muito superiores aos que teriam se a aludida negociação os tivesse abrangido, tal como aconteceu recentemente com o genótipo 3”. Miguel Guimarães acrescenta que a presente situação deve ser corrigida rapidamente.
O bastonário considera urgente a realização de rastreios para que se conheça a realidade do país uma vez que não existem dados concretos sobre a prevalência da hepatite C.
“É fundamental conhecer rapidamente a realidade do nosso país para que possamos atuar em tempo útil e erradicar a hepatite C”, alerta Miguel Guimarães.
SO/SF