Pedrogão Grande: Instituições de saúde reúnem-se para definirem resposta a longo prazo

Várias instituições nacionais ligadas à saúde reúnem-se hoje para ajudar a definir resposta a longo prazo para a zona afetada pelo incêndio

Na reunião, que decorre na Câmara Municipal de Pedrógão Grande, será feito um diagnóstico “da situação para todas as entidades” com que a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) tem colaborado, “no sentido de verificar o apoio que cada uma das unidades nacionais possa dar à região”, havendo também a perspetiva de se reforçarem “os meios já existentes no terreno”, disse à agência Lusa o presidente da administração regional, José Tereso.

Na reunião, vão estar representados a ARSC, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, a Direção Geral de Saúde, a Administração Central de Serviços de Saúde, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), o Infarmed, o Instituto Português do Sangue, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e o responsável pela reforma dos cuidados continuados integrados, acrescentou José Tereso.

Da reunião, deverá sair uma resposta reforçada no plano da saúde e que se prevê que esteja definida “para dois anos”, afirmou o presidente da ARSC. Segundo o responsável, a resposta “já está mais ou menos desenhada”, sendo que vai contar com o contributo de diversas instituições ligadas à saúde para uma resposta “mais ao pormenor”.

“Todas as estruturas superiores, dos vários setores, vão dar respostas mais rápidas”, considerou José Tereso, sublinhando que se pretende, “mediante aquilo que está no terreno”, que toda a população afetada “tenha uma resposta”.

“Vamos tentar que não haja nenhuma pessoa que deixe de ser vista ou esclarecida”, vincou o responsável, referindo que o SPMS já mostrou disponibilidade para reforçar a telemedicina e que o INSA vai avançar “com um programa específico de saúde ambiental” desenhado para estes casos.

José Tereso frisou ainda que todo o trabalho vai continuar a ser feito “em articulação permanente com as autarquias”, com quem também contam para dar indicação de casos que vão detetando no terreno.

O incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande no dia 17 de junho, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos, e só foi dado como extinto uma semana depois. Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 75 mil campos de futebol. A área destruída por estes incêndios na região Centro corresponde a praticamente um terço da área ardida em Portugal em 2016, que totalizou 154.944 hectares, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna divulgado pelo Governo em março. Das vítimas do incêndio que começou em Pedrógão Grande, pelo menos 47 morreram na Estrada Nacional 236.1, entre Castanheira de Pêra e Figueiró dos Vinhos, concelhos também atingidos pelas chamas. O fogo chegou ainda aos distritos de Castelo Branco, através da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra e Penela.

LUSA/SO/SF

 

 

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