21 Fev, 2017

Telemonitorização da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica reduz idas às urgências

O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra distribuiu um "kit de monitorização" aos utentes e garantiu acompanhamento inicial e formação para que os doentes pudessem realizar as medições em casa

A avaliação do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) a doentes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) telemonitorizados mostrou uma redução de 50% de internamentos e de 30% de idas à urgências comparativamente a doentes não telemonitorizados.

A DPOC é uma patologia crónica do aparelho respiratório, que se traduz na obstrução progressiva e persistente do fluxo aéreo e está associada a inflamação crónica das vias pulmonares.

Foram selecionados 12 doentes entre a população seguida nos Serviços de Pneumologia A (pólo Hospital Universitário) e B (pólo Hospital Geral) para a avaliação dos três anos de implementação da telemonitorização.

“Para este estudo de caso foram considerados utentes com maior número de episódios de urgência e internamentos”, refere o CHUC em comunicado.

Cada utente recebeu um ‘kit’ de monitorização, um ‘tablet’ e um conjunto de equipamentos de medição (oxímetro, termómetro, esfigmomanómetro e pedómetro/monitor de atividade física). O CHUC garantiu o acompanhamento inicial e formação de forma que os doentes pudessem realizar a monitorização diária dos respetivos parâmetros uma a duas vezes ao dia.

“A monitorização das medições efetuadas pelos doentes foi supervisionada diariamente por um centro de triagem que, além da verificação dos dados, implementou um protocolo personalizado, criado pelos médicos assistentes do CHUC, por forma a fazer a despistagem de sintomas de alerta para a evolução do estado da doença”, lê-se no comunicado.

“A telemonitorização domiciliária provou ter efeitos positivos na diminuição do recurso aos meios hospitalares e na melhoria da qualidade de vida destes doentes”, acrescenta.

Futuramente, o CHUC pretende integrar um maior número de utentes no programa de telemonitorização e alargar o seu âmbito a outras doenças crónicas na área da cardiologia, diabetes e nefrologia.

A DPOC é uma das principais causas de morbilidade crónica, de perda de qualidade de vida e de mortalidade, representando atualmente a quinta causa de morte em Portugal (2,4%).

LUSA/SO

 

Gedeon Richter

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