21 Fev, 2017

Açores quer articulação com Ordem para definir estratégia de fixação de médicos

A dificuldade na fixação dos médicos foi um dos problemas que a presidente do Conselho Médico dos Açores, Isabel Cássio, identificou na política regional, referindo também, o "défice de recursos humanos"

O secretário regional da Saúde dos Açores, Rui Luís, defendeu ontem, durante a tomada de posse da direção do Conselho Médico dos Açores da Ordem dos Médicos, em Ponta Delgada, uma “articulação estreita” com a Ordem para definir uma estratégia atrativa para a fixação dos médicos no arquipélago.

“Há a necessidade de definir estratégias atrativas para a fixação de médicos na região, suprindo as carências existentes. Será crucial uma articulação estreita com a Ordem dos Médicos para a definição desta estratégia, que passa também pela atribuição das idoneidades formativas, pelo reconhecimento das especificidades regionais, pela abertura de vagas de internato médico”, afirmou Rui Luís.

O governante considera as questões financeiras importantes nos sistemas de saúde mas também na melhoria a nível organizativo, alertando que “burocracia não pode bloquear os sistemas” e “a eficiência dos processos deve prevalecer”.

“Um olhar criterioso sobre os recursos disponíveis e sobre a alocação dos mesmos através da melhoria da sua monitorização e rentabilização permitirá reduzir desperdícios e uma afetação de acordo com as necessidades identificadas”, declarou Rui Luís.

A presidente do Conselho Médico dos Açores, Isabel Cássio destacou a “acessibilidade difícil a consultas de especialidade e a meios complementares de diagnóstico e tratamento, agravada nas ilhas sem hospital e pela suspensão do programa de deslocação de especialistas a essas ilhas”, e as “gigantescas listas de espera para cirurgia”.

“A Ordem não quer substituir o Governo Regional nas definições das políticas de saúde, mas quer fazer parte integrante dessa definição”, declarou, notando que “os políticos mudam, os médicos ficam” e que nos 22 anos de trabalho no Serviço Regional de Saúde conheceu seis secretários e ainda é diretora de serviço.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, defendeu a necessidade de o país tomar medidas para ficar com os jovens médicos, tendo em conta o investimento que é feito na sua formação.

“O Governo português não está a ser capaz de criar condições de trabalho concorrenciais para que os jovens médicos fiquem em Portugal, por um lado, e, depois, optem por ficar no Serviço Nacional de Saúde (SNS) em detrimento do setor privado”, realçou Miguel Guimarães.

O bastonário acrescentou, ainda, ser necessário “corrigir as deficiências e insuficiências” do SNS, acreditando que, dessa forma, haverá “mais capacidade para tratar doentes e mais capacidade para formar novos médicos em termos de especialidade”.

LUSA/SO

 

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