Sindicato dos Médicos da Zona Centro alerta para necessidade de descanso compensatório

O presidente do Sindicato dos Médicos da Zona Centro salienta que os médicos não devem cumprir mais de 12 horas de trabalho consecutivas

O Sindicato dos Médicos da Zona Centro (SMZC) alertou, hoje, durante um encontro no Hospital de Santo André, em Leiria, para a necessidade de os médicos cumprirem o descanso compensatório, sob pena de estarem mais sujeitos ao erro.

O vice-presidente do SMZC, Noel Carrilho, alertou para as consequências da privação do sono, quando os médicos são sujeitos a várias horas de trabalho consecutivas, muitas vezes sem o descanso compensatório obrigatório no dia seguinte.

“É algo que nos preocupa, porque ainda há várias administrações que, apesar da insistência por parte do sindicato, e até por parte da tutela que tem sido bastante esclarecedora em relação a esse assunto, simplesmente não o admitem ou tentam impedir ou desvirtuar o descanso compensatório noturno dos médicos, que é essencial para a sua segurança e, principalmente, dos doentes”, salientou Noel Carrilho.

O vice-presidente explicou que o sindicato esteve no hospital de Leiria para discutir temas que os associados lhes têm feito chegar relacionados com os horários e o excesso de trabalho. Noel Carrilho mostrou-se recetivo ao combate destas dificuldades, nomeadamente, neste hospital em particular dado o número elevado de queixas sucessivas.

Uma das questões debatidas foi o alargamento da urgência Psiquiátrica no Hospital de Santo André até às 00:00. Os médicos alertaram para o facto de acabaram por fazer muitas mais horas, uma vez que se um doente chegar ainda dentro do horário é encaminhado para o médico, que ainda tem doentes para ver.

Sugeriu-se, então, não aceitar doentes a partir das 23:30, por exemplo, quando a lista de doentes em espera ainda é extensa. Segundo os especialistas, esta situação ocorre porque na Psiquiatria não há quem assuma o turno seguinte.  “Ou passamos o doente para os colegas da medicina geral ou encaminhamos para o hospital de retaguarda, que é Coimbra”, explicaram, realçando, contudo, que “nunca” irão deixar um doente que precisa de atendimento “emergente” sem observação.

Mas, continuam a alertar para a condição de cansaço extremo, quando já estão a cumprir mais de 16 horas.

Noel Carrilho disse ainda que a “condição de empresa dos hospitais condiciona que haja uma negociação com os sindicatos em relação às condições institucionais dos trabalhadores médicos”.

“Temos uma tentativa de várias administrações de misturar o trabalhador médico no regulamento geral do hospital, algo que negamos ser possível, de modo que vamos encetar o processo de negociar os acordos de empresa em todos os estabelecimentos que são da nossa área de influência”, revelou.

LUSA/SO

 

Gedeon Richter

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